Gerd Müller comemora seu gol na final da Euro 1972, contra a URSS.
Terminou a fase de grupos da Euro2020. A partir de agora é mata-mata. Dezesseis times brigam para chegar à final, em Londres, no dia 11 de julho.
Essa é 16ª edição do campeonato europeu de seleções. O coronavírus certamente será lembrado em qualquer retrospectiva que fizerem sobre esta edição deste torneio no futuro. Como resultado da pandemia, tivemos o adiamento da competição em um ano, alguns estádios meio vazios e algumas pessoas usando máscara na beirada do campo. A escolha de onze países-sedes para receber os jogos também é algo inédito.
Mas até agora, o momento mais marcante deste torneio não aconteceu com a bola rolando. Essa edição será sempre lembrada como a Euro de Christian Eriksen, jogador dinamarquês que precisou ser ressuscitado dentro de campo e, graças à rápida intervenção da equipe médica, sobreviveu.
Vamos então lembrar o que aconteceu de marcante nas outras edições.
1960 – Sede: França – Número de equipes: 4
Campeã: União Soviética
Acontece o primeiro campeonato, batizado de Copa Europeia de Nações. A União Soviética, do goleiro Yashin, vence de virada com gol na prorrogação e levou o título.
1964 – Espanha – 4 times
Campeã: Espanha
A Espanha havia se recusado a jogar contra a URSS, na Rússia, nas eliminatórias da Euro 1960 e, por isso, foi eliminada do torneio na época. Agora, quatro anos depois, os espanhóis enfrentam os mesmos soviéticos em casa e, com o general Franco na plateia, ficam com o título.
1968 – Itália – 4 times
Campeã: Itália
Na semi, a Itália vence a URSS na moedinha e, na final, bate a Iugoslávia por 2 x 0 no jogo-extra (única vez que isso aconteceu). O goleiro italiano era Dino Zoff, que começava uma jornada que durou 16 anos na Esquadra Azzurra e atrapalhou os planos do Brasil em 1982.
1972 – Bélgica – 4 times
Campeã: Alemanha Ocidental
A Euro de Gerd Muller, o artilheiro da Copa de 1970. O alemão se mostra imparável e marca quatro dos cinco gols da equipe no torneio – dois na semifinal e dois na final, contra a URSS.
1976 – Iugoslávia – 4 times
Campeã: Tchecoslováquia
Primeira final decidida nos pênaltis. O techeco Antonin Panenka entra para a história ao converter sua cobrança no excelente goleiro alemão Sepp Maier com uma cavadinha e conquistar o título para seu país. Esse estilo de cobrança leva seu nome em muitos países. Outro fato interessante é que todos os quatro jogos do torneio foram para a prorrogação.
1980 – Itália – 8 times
Campeã: Alemanha Ocidental
A primeira Euro com 8 times. O craque é Rummenigge, mas o herói do título é Horst Hrubesch, craque do Hamburgo, que marca duas vezes na final contra a Bélgica.O gol da vitória sai aos 43 do segundo tempo. São seus dois primeiros gols pela seleção alemã.
1984 – França – 8 times
Campeã: França
Michel Platini reina absoluto nessa Euro. Em cinco jogos, o francês marca nove dos 14 gols da França (ainda é o maior artilheiro de uma edição) e deixa sua marca em todas as partidas. Na primeira fase, contra a Dinamarca (1 x 0 gol dele); contra a Bélgica (5 x 0, três dele); contra a Iugoslávia (3 x 2, mais três dele); semi contra Portugal (3 x 2, gol da vitória no último minuto da prorrogação); final contra a Espanha (2 x 0, o primeiro foi dele contando com uma bela ajuda do goleiro). Não à toa leva a Bola de Ouro de melhor jogador da Europa em 1983, 1984 e 1985.
Os 9 gols de Platini na Euro 1984:
https://www.youtube.com/watch?v=IU9S9oaa-AU
1988 – Alemanha Ocidental – 8 times
Campeã: Holanda
Euro do gol antológico marcado por Van Basten na final contra a União Soviética. Mas a competição também será lembrada como, talvez a única de alto nível da história, sem expulsões, sem resultados de 0 x 0 ou qualquer jogo indo para a prorrogação. É também a última competição com a presença de Alemanha Ocidental (reunificada meses depois), União Soviética e Iugoslávia (países divididos em várias repúblicas independentes).
1992 – Suécia – 8 times
Campeã: Dinamarca
A Dinamarca não consegue a classificação para a Euro no campo e só participam do torneio porque a UEFA decide eliminar a seleção da Iugoslávia, país que enfrentava uma guerra civil naquele momento. Com uma vitória heroica, nos pênaltis, sobre a então atual campeã Holanda nas semifinais – com o goleiro Schmeichel defendo a cobrança de Van Basten–, a seleção do técnico Moller Nielsen avança a final. Contra os alemães, um inquestionável 2 x 0 e o título.
1996 – Inglaterra – 16 times
Campeã: Alemanha
A campeã Alemanha consegue aqui seu primeiro título depois da reunificação. O atacante Olivier Bierhoff marca os dois gols na vitória de 2 x 1 sobre os tchecos. O segundo é um “gol de ouro”, o primeiro deste tipo em um torneio de elite. Foi também a primeira vez que a Euro utiliza o sistema de três pontos para vitória.
2000 – Bélgica/Holanda – 16 times
Campeã: França
Primeira Euro em com sede em dois países. Novamente, e pela última vez, a final é decidida com gol de ouro. Desta vez, o herói do título francês na virada de 2 x 1 sobre a Itália é David Trezeguet.
2004 – Portugal – 16 times
Campeã: Grécia
A surpreendente seleção da Grécia proporciona a maior zebra da história da Euro ao conquistar o título batendo Portugal na casa do adversário. O técnico da seleção portuguesa, Luis Felipe Scolari, teve que se contentar com o inédito vice-campeonato português.
2008 – Áustria/Suíça – 16 times
Campeã: Espanha
O tiki taka espanhol começa aqui seu reinado. Com o técnico Luis Aragonés e a dupla Xavi/Iniesta, os espanhóis conquistam o primeiro de três títulos importantes que viriam em sequência (a Copa de 2010 e a Euro de 2012). O brasileiro naturalizado espanhol Marcos Senna é o volante da equipe.
2012 – Polônia/Ucrânia – 16 times
Campeã: Espanha
Agora sob a batuta do técnico Vicente Del Bosque, os espanhóis repetem o feito e, desta vez, de forma mais tranquila, batem os italianos na final com um arrasador 4 x 0. É o primeiro bicampeonato consecutivo da história da Euro.
2016 – Euro2016 – França – 24 times
Campeão – Portugal
É o primeiro título de Portugal. A favorita França é derrotada com o gol de um herói improvável, o atacante Éder, já no 2º tempo da prorrogação. Cristiano Ronaldo sai machucado no começo do jogo tornando a conquista ainda mais surpreendente. Surpreendentes são também as participações de País de Gales e Islândia. O primeiro chega à semifinal depois de eliminar a Bélgica nas quartas, e o segundo despacha a Inglaterra nas oitavas. O brasileiro naturalizado português Pepe é o zagueiro titular da equipe campeã.